"TOGI"é uma web-série original, da autoria de Ricardo Reis, que conta a história de Tobias, Otávia, Guilherme, Ivã e Ivo, seis estudantes de uma universidade lisboeta. Todos eles são bem diferentes, mas têm algo em comum: as suas escolhas irão mudar para sempre as suas vidas.
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CAPITULO 9
IVO
Era bem cedo quando partiram. Ivo via o sol nascer enquanto seguia no autocarro rumo à Beira Interior, mais propriamente para os distritos de Portalegre e Castelo Branco. O objectivo era fazer uma expedição pelo território e obter a informação necessária para o trabalho que os alunos daquela disciplina tinham que entregar no final do semestre. Mas enquanto alguns alunos iam tentar ao máximo aproveitar a viagem para recolher alguma informação importante, como ver o tipo de vegetação, como está organizado o território e até mesmo fazer alguns inquéritos à população, outros iam apenas aproveitar a viagem para se divertir. Era o caso de Guilherme que se encontrava mesmo no fundo do autocarro mas Ivo só conseguia ouvir a sua voz.
Guilherme já fora a esta visita pela Beira Interior umas quatro vezes. Esta era uma cadeira demasiado complicada para se passar sem nenhum esforço por isso ele chumbava sempre. Mas era sempre a ir pagar a viagem aos serviços académicos.
![http://www.apfertilidade.org/blog/wp-content/uploads/2008/07/monsanto.jpg]()
A primeira paragem foi em Monsanto. Ivo pesquisara sobre aquela área e já tinha visto algumas fotografias na internet mas nada como ver aquela paisagem ao vivo. Grandes pedregulhos e as casas antigas feitas de pedra davam um toque especial a toda aquela área.
Subiram, subiram e voltaram a subir. Parecia que nunca mais chegavam ao topo. Mas o cansaço em subir foi compensado por mais uma paisagem magnificente que só aquela zona poderia dar. Monsanto era uma pequena serra solitária e tudo o resto à sua volta era uma enorme planície. Era uma imagem que Ivo jamais iria esquecer.
![http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/4/48/Castelo_de_Monsanto_-_Porta_principal.jpg]()
Foi nas muralhas do velho castelo medieval que existia no topo de Monsanto que os professores responsáveis pela saída de campo deram um tempo para comerem alguma coisa e para descontrair um bocado antes da longa descida até aos autocarros. Foi aí que Guilherme aprontou a sua primeira brincadeira que nenhuma graça teve. Subiu até ao alto de uma das muralhas do castelo e pediu para que alguém lhe tirasse uma fotografia em que fingisse que estivesse a cair. A fotografia foi tirada mas quando ia para sair de lá tropeçou e aí deixou de ser fingimento, Guilherme estava mesmo prestes a cair de uma altura considerável.
Os professores e alguns alunos correram em seu auxílio e conseguiram evitar o pior. Já não era o primeiro ano em que Guilherme se metera em problemas na visita, mas nunca tinha chegado a correr risco de vida como naquele dia. O susto não o livrou de levar o tremendo raspanete do professor responsável.
- Só não voltas para casa hoje porque queremos que passes mesmo este ano! – Disse o professor num tom aborrecido segundo pôde Ivo constatar. E tinha toda a razão. Se não tivesse chegado a tempo de evitar o pior e Guilherme tivesse morrido a universidade estaria em apuros, pois não saberia como explicar a publico como se tinha sucedido aquele incidente.
![http://2.bp.blogspot.com/-cXyC6zdODjY/Tq_RwfnzOaI/AAAAAAAAFvc/DAmOzBeOmNw/s1600/xisto_granizo.jpg]()
O dia passara a correr. Foram visitar as aldeias de Xisto, fizeram caminhadas sobre o maciço hespérico que era toda aquela zona e acabaram o dia a jantar num centro comercial que existia por ali perto antes de seguirem para o acampamento. Após o jantar muitos correram até ao hipermercado existente para comprar qualquer coisa para o pequeno-almoço do dia seguinte, mas sobretudo para comprar álcool. Ivo sabia pelos colegas mais velhos que aquela era a noite que ficava recordada por todos como a melhor noite do ano. Era uma noite regada em álcool. E foi isso que pôde constatar assim que chegou à Garrafeira do supermercado. Os seus colegas tinham-se apoderado dessa secção.
Levavam um pouco de tudo. Alguns levavam cerveja, outros tinham na mão sangria e vinho, outros levavam vodka. Havia álcool para todos os gostos. No fim escondiam os sacos com as bebidas nas suas mochilas e assim passavam despercebidos aos professores. Ivo repartiu a despesa com Otávia e com Afonso e compraram umas latas de cerveja e uma garrafa de vodka.
Quando chegaram ao acampamento tiveram que esperar ouvir o seu nome ser chamado para saberem em que bungalow iriam ficar e com quem. Ivo ficara com Afonso e com mais dois colegas seus. Mas foram dos últimos a serem chamados.
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Quando entraram para o acampamento os que tinham ficado nos bungalows do inicio do acampamento já tinham equipadas aparelhagens que davam musica a grande parte do recinto. Algumas miúdas andavam a bailar e tinham as mãos no ar enquanto ouviam a música. Ivo e Afonso não queriam ficar de fora daquele clima eufórico que se fazia sentir ali, mas acharam por bem primeiro irem colocar as coisas no bungalow. Eles ficaram nos maiores, mas tinham de subir uma boa distância para chegar lá.
Depois de meterem as mochilas e o resto dos pertences no bungalow, os quatro colegas de quarto abriram uma garrafa de vinho e beberam todos após um brinde. Depois os dois colegas de Afonso e Ivo foram-se deitar. Eram já mais velhos que eles e já não tinham tanta energia como eles. Estavam cansados e optaram por isso mesmo, deitar-se e descansarem, pois o dia seguinte iria ser tão cansativo como aquele. Ainda havia muitos locais a visitar, muitos sítios que seriam interessantes para os projectos de alguns alunos.
Então Ivo e Afonso seguiram a sua grande jornada. Iam de bungalow em bungalow convivendo com todos os seus amigos. O primeiro bungalow que visitaram foi o de Otávia. Ela dividia-o com Madalena e com Camila.
- Não sei como aceitaram dividir isto com a chata da Camila! – Brincou Afonso.
- Ah, ela nem chateia muito! Anda por aí a coscuvilhar o que se passa no acampamento! – Disse Madalena.
- Aqui vai ter muito para ver! Aquilo ali mais para baixo está uma loucura. Não querem vir connosco? – Perguntou Ivo.
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Elas foram com eles mas preferiram, ao invés dele, não beber. Quando passaram no bungalow onde Guilherme estava instalado ele ofereceu um copo de sangria a cada um. Guilherme dividia o bungalow com Ivã e Igor. Ivã tinha praticamente a idade de Guilherme, se não tivesse mesmo a idade dele. Era um homem reservado, tal como Igor. Igor era mais novo e também não se encontrava no bungalow. Ele, ao contrário dos restantes alunos, já tinha a cadeira concluída, apenas fizera a viagem novamente para acompanhar a sua namorada Marília que tinha a disciplina em atraso.
Os quatro continuaram a visitar os amigos. O ambiente que se vivia naquele acampamento foi de festa a noite toda, muitos nem dormiram. Por essa razão estavam cheios de sono, mas algo aconteceu que os acordou.
- O Guilherme? – Perguntou o professor de manhã quando se preparavam para ir embora.
- Não sabemos! – Responderam Igor e Ivã. – Ele não dormiu, pelo menos a cama dele está feita!
-Então onde é que ele está? Porque será que este rapaz só dá problemas? – Questionava-se o professor.
E Guilherme desaparecera.
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CAPITULO 9
IVO
Era bem cedo quando partiram. Ivo via o sol nascer enquanto seguia no autocarro rumo à Beira Interior, mais propriamente para os distritos de Portalegre e Castelo Branco. O objectivo era fazer uma expedição pelo território e obter a informação necessária para o trabalho que os alunos daquela disciplina tinham que entregar no final do semestre. Mas enquanto alguns alunos iam tentar ao máximo aproveitar a viagem para recolher alguma informação importante, como ver o tipo de vegetação, como está organizado o território e até mesmo fazer alguns inquéritos à população, outros iam apenas aproveitar a viagem para se divertir. Era o caso de Guilherme que se encontrava mesmo no fundo do autocarro mas Ivo só conseguia ouvir a sua voz.
Guilherme já fora a esta visita pela Beira Interior umas quatro vezes. Esta era uma cadeira demasiado complicada para se passar sem nenhum esforço por isso ele chumbava sempre. Mas era sempre a ir pagar a viagem aos serviços académicos.
A primeira paragem foi em Monsanto. Ivo pesquisara sobre aquela área e já tinha visto algumas fotografias na internet mas nada como ver aquela paisagem ao vivo. Grandes pedregulhos e as casas antigas feitas de pedra davam um toque especial a toda aquela área.
Subiram, subiram e voltaram a subir. Parecia que nunca mais chegavam ao topo. Mas o cansaço em subir foi compensado por mais uma paisagem magnificente que só aquela zona poderia dar. Monsanto era uma pequena serra solitária e tudo o resto à sua volta era uma enorme planície. Era uma imagem que Ivo jamais iria esquecer.
Foi nas muralhas do velho castelo medieval que existia no topo de Monsanto que os professores responsáveis pela saída de campo deram um tempo para comerem alguma coisa e para descontrair um bocado antes da longa descida até aos autocarros. Foi aí que Guilherme aprontou a sua primeira brincadeira que nenhuma graça teve. Subiu até ao alto de uma das muralhas do castelo e pediu para que alguém lhe tirasse uma fotografia em que fingisse que estivesse a cair. A fotografia foi tirada mas quando ia para sair de lá tropeçou e aí deixou de ser fingimento, Guilherme estava mesmo prestes a cair de uma altura considerável.
Os professores e alguns alunos correram em seu auxílio e conseguiram evitar o pior. Já não era o primeiro ano em que Guilherme se metera em problemas na visita, mas nunca tinha chegado a correr risco de vida como naquele dia. O susto não o livrou de levar o tremendo raspanete do professor responsável.
- Só não voltas para casa hoje porque queremos que passes mesmo este ano! – Disse o professor num tom aborrecido segundo pôde Ivo constatar. E tinha toda a razão. Se não tivesse chegado a tempo de evitar o pior e Guilherme tivesse morrido a universidade estaria em apuros, pois não saberia como explicar a publico como se tinha sucedido aquele incidente.
O dia passara a correr. Foram visitar as aldeias de Xisto, fizeram caminhadas sobre o maciço hespérico que era toda aquela zona e acabaram o dia a jantar num centro comercial que existia por ali perto antes de seguirem para o acampamento. Após o jantar muitos correram até ao hipermercado existente para comprar qualquer coisa para o pequeno-almoço do dia seguinte, mas sobretudo para comprar álcool. Ivo sabia pelos colegas mais velhos que aquela era a noite que ficava recordada por todos como a melhor noite do ano. Era uma noite regada em álcool. E foi isso que pôde constatar assim que chegou à Garrafeira do supermercado. Os seus colegas tinham-se apoderado dessa secção.
Levavam um pouco de tudo. Alguns levavam cerveja, outros tinham na mão sangria e vinho, outros levavam vodka. Havia álcool para todos os gostos. No fim escondiam os sacos com as bebidas nas suas mochilas e assim passavam despercebidos aos professores. Ivo repartiu a despesa com Otávia e com Afonso e compraram umas latas de cerveja e uma garrafa de vodka.
Quando chegaram ao acampamento tiveram que esperar ouvir o seu nome ser chamado para saberem em que bungalow iriam ficar e com quem. Ivo ficara com Afonso e com mais dois colegas seus. Mas foram dos últimos a serem chamados.
Quando entraram para o acampamento os que tinham ficado nos bungalows do inicio do acampamento já tinham equipadas aparelhagens que davam musica a grande parte do recinto. Algumas miúdas andavam a bailar e tinham as mãos no ar enquanto ouviam a música. Ivo e Afonso não queriam ficar de fora daquele clima eufórico que se fazia sentir ali, mas acharam por bem primeiro irem colocar as coisas no bungalow. Eles ficaram nos maiores, mas tinham de subir uma boa distância para chegar lá.
Depois de meterem as mochilas e o resto dos pertences no bungalow, os quatro colegas de quarto abriram uma garrafa de vinho e beberam todos após um brinde. Depois os dois colegas de Afonso e Ivo foram-se deitar. Eram já mais velhos que eles e já não tinham tanta energia como eles. Estavam cansados e optaram por isso mesmo, deitar-se e descansarem, pois o dia seguinte iria ser tão cansativo como aquele. Ainda havia muitos locais a visitar, muitos sítios que seriam interessantes para os projectos de alguns alunos.
Então Ivo e Afonso seguiram a sua grande jornada. Iam de bungalow em bungalow convivendo com todos os seus amigos. O primeiro bungalow que visitaram foi o de Otávia. Ela dividia-o com Madalena e com Camila.
- Não sei como aceitaram dividir isto com a chata da Camila! – Brincou Afonso.
- Ah, ela nem chateia muito! Anda por aí a coscuvilhar o que se passa no acampamento! – Disse Madalena.
- Aqui vai ter muito para ver! Aquilo ali mais para baixo está uma loucura. Não querem vir connosco? – Perguntou Ivo.
Elas foram com eles mas preferiram, ao invés dele, não beber. Quando passaram no bungalow onde Guilherme estava instalado ele ofereceu um copo de sangria a cada um. Guilherme dividia o bungalow com Ivã e Igor. Ivã tinha praticamente a idade de Guilherme, se não tivesse mesmo a idade dele. Era um homem reservado, tal como Igor. Igor era mais novo e também não se encontrava no bungalow. Ele, ao contrário dos restantes alunos, já tinha a cadeira concluída, apenas fizera a viagem novamente para acompanhar a sua namorada Marília que tinha a disciplina em atraso.
Os quatro continuaram a visitar os amigos. O ambiente que se vivia naquele acampamento foi de festa a noite toda, muitos nem dormiram. Por essa razão estavam cheios de sono, mas algo aconteceu que os acordou.
- O Guilherme? – Perguntou o professor de manhã quando se preparavam para ir embora.
- Não sabemos! – Responderam Igor e Ivã. – Ele não dormiu, pelo menos a cama dele está feita!
-Então onde é que ele está? Porque será que este rapaz só dá problemas? – Questionava-se o professor.
E Guilherme desaparecera.
Não perca o 10º episódio, na próxima sexta-feira, para ler aqui no Fantastic e na página oficial do projeto, em www.facebook.com/pages/TOGI/277175702491216