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TOGI - Capítulo 11

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"TOGI"é uma web-série original, da autoria de Ricardo Reis, que conta a história de Tobias, Otávia, Guilherme, Ivã e Ivo,  seis estudantes de uma universidade lisboeta. Todos eles são bem diferentes, mas têm algo em comum: as suas escolhas irão mudar para sempre as suas vidas.

[AINDA NÃO LESTE O CAPÍTULO 10? CLICA AQUI]

CAPITULO 11
GUILHERME

Quando foi dado o intervalo para petiscarem qualquer coisa, Guilherme preferiu subir o que restava das muralhas do castelo medieval que existia no topo de Monsanto para tirar uma foto que guardasse para sempre na memória. Mas para sempre na memória só lhe ficou o susto que apanhou quando ia caindo de uma altura considerável. Por essa razão o resto do dia correu com muita tranquilidade, para que os professores não se aborrecessem de novo com ele e o mandassem para Lisboa novamente. 

http://sigsiv.com/blog/images/Sangria_F143/SangriaWine13.jpgA festa no acampamento fê-lo esquecer um pouco essa promessa, isto se não o fez esquecer por completo. Assim que chegou ao bungalow abriu uma garrafa de sangria e partilhou com os seus colegas de acampamento, Igor e Ivã. Eles eram certinhos demais para Guilherme mas já não existiam lugares vagos para se juntar à sua pandilha, e os professores também não queriam que ele estivesse junto com os amigos para não causar qualquer confusão, embora ele se pudesse juntar com eles ao longo da noite. 

Os três fizeram um brinde, mas enquanto os outros dois pararam de beber, Guilherme bebeu o que restava da garrafa de litro e meio. Quando Afonso e companhia apareceram junto ao seu bungalow, Guilherme preparava-se para abrir a segunda garrafa. Partilhou com os quatro.
 
- Não te devia dar um copo meu cabrãozinho, ficaste-me com o posto de presidente da comissão de praxe. – Disse para Afonso num tom sério que rapidamente se transformou numa grande gargalhada. 

– Estou a brincar maluco! Cá para nós que ninguém nos ouve, as minhas praxes eram um pouco sádicas, confesso, mas sentia-me bem assim, o que hei-de fazer. Mas estás a fazer um bom trabalho companheiro! – Guilherme era muito mais sociável quando estava bêbado. 

 http://descontos.pt/imgOfertas/deals/big/D13879i3.jpg

Quando os quatro se foram embora, Guilherme decidiu ir procurar os seus amigos, mas nem foi preciso sair do seu bungalow, os seus amigos apareceram por lá.
 
- Estávamos a achar a tua demora grande por isso decidimos ver o que se estava a passar! – Respondeu um deles. Trazia um cigarro por acender na boca. – E também preciso de lume.
 
Embora já não conseguisse ver muito bem, Guilherme olhou para o seu relógio e viu que faltavam uns dez minutos para as quatro da manhã e ainda uma grande parte dos seus colegas estavam acordados. Mas é a última coisa que se lembra, depois disso só se lembra de estar amarrado a uma árvore, com um vulto à sua frente. Estava todo vestido de preto e estava de costas. "Está trajado. Que maluco é que vinha para uma visita de campo trajado?", os pensamento ainda lhe saiam mesmo sentindo a sua cabeça a andar à volta por causa da bebida. O vulto tinha umas luvas e tinha na sua posse uma tesoura mas Guilherme não viu bem qual foi o seu propósito. 


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Quando o vulto se virou Guilherme estremeceu. Não sabia se era por estar tão bêbado se era tudo real mas a cara do vulto era uma caveira. Em vez de uma foice para ceifar a sua vida, o vulto aproximou-se dele com um machado. Pegou na sua mão esquerda e passou o machado pelos seus dedos. Depois esticou-lhe o dedo médio e cortou-o sem piedade. Depois disso não se lembra de mais nada.
Nunca fora tão reconfortante para Guilherme ver os professores como naquela manhã.
 
- Quem te fez isto? – Perguntou novamente o professor responsável pela saída de campo.
 
- Já… disse… a… morte!
 
- Deixa-te de coisas e explica o que aconteceu! – Disse um dos outros professores que ainda o agarravam. – O melhor é chamar a polícia. Não mexam em nada, pode ser que quem fez isto tenha deixado algum rasto.

 http://www.dreamspace.com.au/img/slides/silk_sheet-black.jpg



Quando os agentes chegaram ao local Guilherme já aparentava estar mais calmo. Investigaram todo o local para ver se encontravam alguma pista, mas parecia que só havia a mensagem que estava no envelope. Até que um dos polícias olhou melhor para a área e viu um pano preto caído entre as pequenas ervas daninhas. Enquanto isso um dos profissionais da segurança pública falava com Guilherme:
 
- Isto deve ter sido uma vingança! Teve algum problema com os seus colegas nos últimos tempos?
 
- Nada que os levasse a querer arrancar-me dedos. – Balbuciou Guilherme. Quando algo lhe veio à cabeça. – Por acaso houve um incidente com a Otávia Freitas, mas não acredito que ela me fizesse uma coisa destas.
 
- Por agora todos são suspeitos até que se prove o contrário. – Dizia o polícia quando o outro chegou ao pé dele.
 
- Encontramos este pequeno pedaço de roupa preta. Pode pertencer ao culpado!
 
- Levem para analisarmos, pode ser que tenha impressões digitais do nosso cortador de dedos.




 
http://diariodigital.sapo.pt/images_content/2013/20137101927_policia475x356.jpg

Os homens ficaram surpreendidos com o surgimento de rapaz mais velho que estava a ajuda-los. Era Ivã.
 
- Gosto de sentir-me útil e tenho alguma experiencia na segurança. Sei que é diferente mas sou vigilante num supermercado lá em Lisboa. E sou fascinado por estes mistérios.
 
- Então isso leva-me a pensar que você pode ser um bom suspeito! Fez isto ao seu colega para sentir essa adrenalina.
 
- Também sou suspeito?
 
- Como tinha dito ao seu colega antes de aqui chegar, todos vocês que estiveram neste recinto são suspeitos até que haja provas do contrário.
 
- Mas posso ajudar? – Perguntou novamente Ivã.

- Não! – Foi a resposta do agente.


 

Não perca o 12º episódio, na próxima sexta-feira, para ler aqui no Fantastic e na página oficial do projeto, em www.facebook.com/pages/TOGI/277175702491216



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