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TOGI - Capítulo 12

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"TOGI"é uma web-série original, da autoria de Ricardo Reis, que conta a história de Tobias, Otávia, Guilherme, Ivã e Ivo,  seis estudantes de uma universidade lisboeta. Todos eles são bem diferentes, mas têm algo em comum: as suas escolhas irão mudar para sempre as suas vidas.

[AINDA NÃO LESTE O CAPÍTULO 11? CLICA AQUI]

CAPITULO 12
IVÃ
    
A viagem à Beira Interior tinha sido estragada por aquele incidente com Guilherme. Já ninguém tinha disposição para continuar o trabalho de campo depois do sucedido, não só os alunos mas sobretudo os professores.
    
Ivã era dos poucos alunos que se mostrava excitado com o sucedido. Tal como explicara à polícia, ele adorava este tipo de mistérios. Desde jovem que sempre adorou ler policiais e estava sempre a tentar ajudar as pessoas. O seu desejo sempre foi ser polícia, mas as vicissitudes da vida fizeram com que isso ficasse para segundo plano. Mas com o que acontecera ali naquele acampamento esse bichinho voltou a apoderar-se de si.


Ivã era segurança num supermercado em Lisboa. Embora estivesse satisfeito com a vida que tinha ele desejava mais, foi por essa razão que se inscreveu em TOGI, para tentar ter uma vida melhor. Era mais velho que a maior parte dos seus colegas. Devia ter perto de trinta anos tal como Guilherme, mas isso não os aproximava muito, Ivã não gostava da maior parte das atitudes que vinham do seu colega. Para ele, Guilherme não passava de um lunático que pensava que mandava no GPO todo. Ele era muito mais reservado, falava com todos mas não tinha uma relação forte com ninguém. Gostava de ter o seu espaço e sentia-se bem assim. Mesmo assim era um rapaz pacato que estava sempre pronto a ajudar quem precisasse de ajuda.

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Quando acabaram de almoçar, os alunos começaram a arrumar as malas. Ivã ajudava Igor e Marília a fazer as malas deles e de Guilherme que descansava na sua cama no bungalow. Igor era o que mais se aproximava de um amigo para Ivã. Havia também a sua prima Madalena, mas sem ser família era Igor o mais próximo. Trabalhavam os dois no mesmo supermercado e conheciam-se bem. Igor tinha também um feitio próximo do seu. Era também muito reservado e só se aproximara de Marília porque foi ela a dar o primeiro passo. A mala de Guilherme foi fácil de fazer, ele tinha quase tudo arrumado por isso não deu grande trabalho, ao contrário das suas que tinham de arrumar quase tudo, desde lençóis a toalhas e alguma comida que levaram e acabaram por não comer.
    
Com tudo arrumado, Ivã decidiu sair do bungalow e andar um bocado. Estava a tremer, mas isso era normal nele. Sempre tremera muito desde criança. Mas naquela tarde tremia ainda mais, parecia estar nervoso com alguma coisa. Os polícias foram embora ainda ninguém tinha almoçado e como todos se estavam a preparar para partir Ivã decidiu afastar-se um pouco da civilização e procurou um sítio sozinho. Enquanto procurava esse sítio perfeito para si deparou-se com vários colegas seus. Era curioso como mais de metade das pessoas que estavam a ocupar o recinto naquele dia eram todos alunos do GPO e como o polícia disse, suspeitos de cortarem o dedo a Guilherme até que existam provas que comprovem o contrário.

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Andou sozinho até ao sítio onde de manhã Guilherme se encontrava amarrado a uma árvore. Agora não havia ali ninguém. Ivã olhava para as ervas daninhas mas foi a parte que não tinhas ervas que lhe despertou a atenção. Aproximou-se dessa parte e começou a cavar, e lá estava. Lá estava uma mochila. Como existiam vários sítios que não tinham ervas daninhas a polícia não ligou a esse pormenor, mas Ivã parecia saber bem onde a mala estava.
    
Abriu-a e verificou se não faltava nada na mala, se ninguém a tinha encontrado para além dele. Estava lá uma mascara em forma de caveira e a capa de um traje. Tinha um pedaço cortado com a tesoura que também se encontrava na mala. Ivã pegou num isqueiro e queimou tudo aquilo. Sabia que antes da sua saída do recinto iriam verificar se alguém tinha levado um traje porque um pano preto foi levado para análise. 

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"Finalmente vai começar!" pensava Ivã ao ver a mochila a arder. Sabia que aquilo podia atrair alguma atenção, mas ele era das últimas pessoas que iriam suspeitar. Ele era segurança e não tinha nenhum problema com Guilherme, pelo menos que fosse de conhecimento público.
    
Enquanto via a mochila a arder Ivã pegou no seu telemóvel e marcou um número. Ninguém falou quando atenderam, mesmo quando Ivã deu um espaço de tempo tentando ouvir algum som.
    
- Está feito! O jogo psicológico começou! O Guilherme não sabe o que o espera a partir daqui. A nossa vingança está a começar. Ele vai arrepender-se do que te fez passar. (…) Pensei que isto te fizesse dizer alguma coisa. Mas eu espero, sei que vai voltar a ser tudo como era antes, vamos recuperar tudo aquilo que perdeste. A dignidade, vais voltar a ganhar dignidade depois de ele confessar tudo o que fez! Nós vamos ganhar.
    
E depois disto desligou o telefone e seguiu para perto dos outros colegas de curso, o que tinha de fazer já estava feito por aquele dia. 
 

Não perca o 13º episódio, na próxima terça-feira, para ler aqui no Fantastic e na página oficial do projeto, em www.facebook.com/pages/TOGI/277175702491216



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