CAPITULO 26
OTÁVIA
Não perca o 27º episódio, na próxima terça-feira, para ler aqui no Fantastic e na página oficial do projeto, em www.facebook.com/pages/TOGI/277175702491216
OTÁVIA
Era manhã de Natal. Desta vez a ceia de Natal não tinha sido tão recheada como em anos anteriores, mas a família Rodrigues passava tempos de crise. Por isso, na ceia, só estiveram presentes os seus pais, ela e Madalena. Madalena passara o Natal com eles porque os seus pais estavam a trabalhar e não conseguiram passar a véspera em casa. Chegariam naquele dia à noite para celebrar com a filha o que restava daquele dia. Otávia sabia que Madalena já estava habituada aquilo. Quase todos os Natais eram assim, passava a consoada com ela ou com Ivã, mas desta vez Ivã tiveram outros planos.
Mesmo sem dinheiro o essencial da noite de natal estivera lá. O amor em família, as canções de Natal, os presentes, que embora menos que em anos anteriores chegaram para satisfazê-la. Embora em tempos tivesse bastante dinheiro Otávia nunca fora uma rapariga muito materialista. Para ela os bens materiais nunca foram o mais importante na sua vida.
Otávia ajudou os seus pais a preparar o almoço. Ia ser Leitão assado no forno de lenha que tinham no quintal. Leitão assado era uma das refeições preferidas de Otávia e Madalena por isso estavam ansiosas para que o almoço estivesse pronto.
A tarde foi passada a ver filmes especiais de Natal que os canais generalistas passavam naquela época. Quando se fartaram de ver filmes, o seu pai foi até ao sótão e tirou do baú o velho monopoly que tinham para passar o resto do tempo. Foi uma tarde divertida em família.
Ao anoitecer Madalena acabara por ir para casa. Os seus pais tinham acabado de chegar. Os pais de Otávia ainda os convidaram a jantar em sua casa mas eles não os quiseram maçar.
Com o cair da noite Otávia também recebeu uma chamada que a fez estremecer, como todas as outras que recebia de Fernando.
- Feliz natal Otávia. – Disse Fernando quando Otávia atendeu a chamada.
- Se te desejasse o mesmo estaria a ser hipócrita. – Respondeu-lhe.
- Não esperava outra resposta da minha querida menina. Mas estou-te a ligar porque tenho um cliente para ti. Está tristonho por passar o natal sozinho e quer companhia.
- Só podes estar a gozar?! Como é que achas que vou sair de casa dos meus pais no dia de natal sem que eles desconfiem de nada?
- Inventa qualquer coisa! Mas vai até à morada que te vou dar se não já sabes o que te pode acontecer!
Otávia anotou a morada e inventara uma desculpa para sair de casa na noite de Natal. Disse que se ia encontrar com uns amigos para celebrarem o Natal num pequeno bar em Lisboa.
Quando Fernando lhe deu a morada ela pareceu-lhe familiar. E era. Era a morada do mesmo hotel de cinco estrelas em que se encontrara com Alexandre, o atraente actor que diz ser mais um peão nas mãos de Fernando. Por momentos deu por si a desejar que fosse ele o seu cliente. Agora ela sabia quem realmente era aquele homem influente de meia-idade. Sabia a sua profissão e se conseguisse arranjar alguma forma engenhosa de o desmascarar poderia finalmente pôr termo aquela vida que levava nos últimos meses. Mas quando chegou ao hotel e viu quem a esperava ficou cabisbaixa.
- Oh! Ficaste tristinha por me ver? – Perguntou Guilherme para cumprimenta-la. – Sei que preferias outra pessoa, mas eu estava tão solitariamente em minha casa que tive de pedir ao meu primo para ligar para ti. Já sabia que se fosse eu a ligar tu não virias.
- Podes ter a certeza que não! – Respondeu-lhe Otávia sem pestanejar.
- Não sejas tão agressiva minha querida Otávia! Feres-me com essa tua agressividade nas tuas palavras. – Ironizou Guilherme. – Vamos subir, sempre ficamos mais à vontade e podemos … conversar melhor.
Ao contrário de Alexandre, Guilherme escolheu um quarto no primeiro piso. Um quarto que não tinha vista para o rio, mas sim para a rua escura apenas com as luzes de Natal. Guilherme telefonou para a recepção e pediu uma garrafa de Champanhe que um empregado rapidamente levou ao quarto. Guilherme abriu a garrafa e deitou o líquido em dois copos.
- Sabes, estava em casa e pensei, quase ninguém da faculdade me deu um presente ou me ligou a desejar um feliz natal! Será que não se lembram de mim? perguntei eu aqui para os meus botões.
- Se calhar se tratasses melhor as pessoas elas se preocupassem contigo e tivessem disponibilidade para te telefonarem. Tu fazias praxes abusivas, meteste a cabeça do Tobias debaixo de uma torneira porque ele saiu da sala onde estávamos a fazer uma praxe. Achas que ele ia perder um minuto da vida dele para te mandar uma mensagem ou um telefonema com uma mensagem queridinha de natal. E tal como ele existem muitos mais naquela faculdade. Tu próprio ditaste o teu destino.
- E continuo a ditá-lo. Por isso é que te trouxe até aqui na noite de natal.
- E não me digas que me foder na noite de natal vai mudar o rumo da tua vida?!
- Quem te disse que estamos aqui para foder Otávia? Estamos aqui para tu me dares o teu presente de natal. Despe-te!
Otávia não estava a perceber nada do que estava a acontecer naquele quarto de hotel mas obedeceu e retirou toda a sua roupa. Quando ficou completamente nua, Guilherme aproximou-se dela. Apalpou-lhe um dos seus seios e cheirou-lhe o pescoço.
- Podia comer-te, mas isso não era um presente que fosse recordar mais tarde. Foder com a betinha da faculdade que teve o infortúnio de cair na má vida por ser rebelde demais. Não! Não quero isso.
Otávia viu Guilherme baixar-se e pegar na sua blusa branca.
- Igual a tantas outras! Nah, não quero isto. Ia-me esquecer disto ao primeiro minuto que a largasse. E estas calças. São um ícone do Fernando. Todas as meninas dele usam umas semelhantes com um xXx estampado no joelho. Mas também não as quero, quero algo que me marque mais.
Guilherme voltou a deslocar-se até ela e tocou-lhe entre as pernas.
- Não querida, não quero a tua pachacha como prenda de natal. Mas fico-me pelo que mais perto esteve dela.
Guilherme pegou na sua tanga e cheirou-a.

- E é esta a prenda de natal que me vais dar! Hoje vais sem cuecas para casa. – Disse guardado a tanga que pertencia a Otávia no seu bolso das calças.
Otávia saiu enojada daquele quarto, nunca pensou que um natal seu pudesse terminar assim. Pior que esta noite de Natal ela de certeza não iria ter.