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TOGI - Capítulo 28


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CAPÍTULO 28
GUILHERME

Era véspera de ano novo, mas o que preocupava Guilherme naquele momento não era a entrada no novo ano mas sim descobrir quem tinha feito aquilo no churrasco de fim de semestre. Fosse quem fosse, sabia tudo sobre o seu passado. Se era Lilia onde é que ela estava escondida e porque não o enfrentava verdadeiramente? Se Lilia estava viva então Gustavo lhe mentira quando disse que ela estava morta na noite em que descobriram que ele matara o seu tio por tudo o que ele lhe fizera. Mas Lilia não podia estar a fazer tudo sozinha, era impossível fazer tudo sozinha e não ser descoberta, teria de existir alguém a ajudá-la e esse alguém pertencia ao GPO. A questão que perturbava Guilherme era saber quem. Se Gustavo era inofensivo, aquele seu novo inimigo era bastante forte e precisava de saber rapidamente o seu nome antes que ele revelasse tudo e ele fosse parar à prisão.

Foi com o intuito de conseguir algumas respostas para as suas questões que Guilherme decidiu ir passar o fim de ano no mesmo local que Camila. Camila fora a única testemunha que diz ter visto uma rapariga loira no instituto na noite em que tudo acontecera. Estaria a dizer a verdade?, questionava-se Guilherme vezes sem conta mas sem conseguir chegar a uma conclusão. Descobrir onde ela iria passar as ultima horas do ano não foi tarefa difícil. Camila gostava sempre de se gabar dos sítios chiques em que passava o fim de ano e daquela vez não fora excepção.

Guilherme chegara à Península de Tróia ao anoitecer. Alugara um quarto no hotel perto do casino, local onde Camila ia passar as doze badaladas. Foi até ao quarto e arrumou as suas coisas e preparou-se para o jantar. Quando desceu para o restaurante cruzou-se de imediato com Camila. Uma grande coincidência que fez Guilherme delirar.

- Guilherme?! Por aqui? – Perguntou-lhe a rapariga que tinha como hobbie coscuvilhar a vida dos outros.

- Apeteceu-me passar o fim de ano por aqui não posso? – Respondeu-lhe.

Camila encontrava-se com o seu grupo de amigas. Estavam todas bem vestidas e ratavam a vida dos outros enquanto jantavam. Quando ela viu que Guilherme se encontrava sozinho perguntou se ele não se queria juntar a elas mas o rapaz respondeu negativamente. Não estava para ir ouvir conversinhas da treta e além do mais tinha de planear algo para que Camila abrisse a boca. Com ela no mesmo hotel que ele tudo se tornava um pouco mais fácil. Começou então a delinear aquele que seria o seu plano para a noite. Sabia que Camila iria para o casino que era o local onde se daria a maior festa do ano ali. O melhor a fazer seria tentar conquistá-la, coisa que não seria muito fácil pois Camila não o suportava e estava sempre a inventar coisas sobre ele. Mas uma mulher bêbeda era muito mais fácil de engatar e dizer tudo aquilo que ele precisava de saber.

- É impressão minha ou andas a seguir-me que nem um carneirinho. – Perguntou-lhe Camila quando o viu atrás dela na festa do casino.

- Sabes o que é? Ficas completamente sexy vestida dessa maneira e sem o teu bloco de notas atrás! Estou tentado em pegar-te uma bebida.

- E eu aceito-a de bom grado!

Foram os dois até ao bar do casino e cada um bebeu um shot, seguido de outro que levou outro de seguida… Camila já se encontrava bêbeda ao quinto e a partir daí foi um pouco mais fácil convencê-la a ir consigo até ao seu quarto. Quando chegaram ao quarto, Guilherme ligou as luzes e atirou o seu smoking preto para a cama.

- Falta pouco para se iniciar o novo ano. Queres começá-lo a jogar um jogo? – Perguntou ele há rapariga.

- Um strip-poker? – Perguntou-lhe Camila quase sem se aguentar em pé.

- Não, um muito mais excitante! – Pegou numas algemas que tinha na gaveta da mesa-de-cabeceira do quarto. – O vamos dizer a verdade se não vai ser difícil sair daqui.

A rapariga não percebeu mas quando Guilherme a agarrou ela começou a gritar e a pontapeá-lo mas sem sucesso, ele conseguira algemá-la à cama.

- Tira-me daqui Guilherme, por favor. – Suplicava a rapariga.

- Tirar-te daqui?! Vais sair quando me disseres tudo o que sabes sobre o que se passou no churrasco de Natal. – Enquanto falava despejava num copo um pouco de lixívia. – Se não me disseres toda a verdade vais ter de beber isto para te purificar um pouco.

- Não me faças isso Guilherme! – Suplicou-lhe enquanto ele se aproximava com o copo cheio de lixívia.

- Se não queres beber isto é fácil! Dá-me um nome, é tudo o que eu quero.

- Lilia Fortes! – Gritou a rapariga.

- Oh Camila não sejas patética! A Lilia não conseguia entrar na faculdade sem ser vista, tem de haver uma outra pessoa. Mas como não me dizes quem é que a está a ajudar vou ter de te deitar este copito pela goela abaixo.

- NÃO! – Disse a rapariga desesperada. – Foi o Ivã! Foi ele que montou tudo e como eu o descobri ele pediu-me ajuda e em troca do meu silêncio ele ia-me revelar algo bombástico.

- Ivã? Que sentido faz isso que estás para aí a dizer?

- Estou a dizer-te a verdade. O Ivã sabe coisas sobre ti que mais ninguém sabe. Ele não me contou nada, mas ele sabe da Lilia e do Gustavo e sabe de mais coisas.

Guilherme puxou pela cabeça a ver se encontrava alguma coisa que associasse Ivã ao seu passado mas nada lhe surgia.

- Tu atiraste esse nome para o ar? Diz-me a verdade ou obrigo-te mesmo a beber todo aquele copo de lixívia!

- Estou a dizer-te a verdade, foi o Ivã do segundo ano de TOGI que preparou tudo aquilo que viste naquela noite e muito presumivelmente ele que te fez isso ao dedo. Agora, por favor, deixa-me sair daqui!

Por mais que se esforçasse não conseguia encontrar nenhum elo de ligação entre si e Ivã. Para ele Ivã era um rapaz reservado que frequentava um curso no mesmo instituto que o seu, não lhe era mais nada, era impossível ele ter algo a ver com ele ou saber tudo sobre a vida dele. Foi aqui que houve um clique na mente de Guilherme que o levou a flutuar até ao passado. Recordou-se do primeiro ano em que tivera o curso e conhecera Gustavo e Lilia. Eram um grupo bastante unido, principalmente nas praxes. E se existia um nome que não parava de sair da boca de Lilia era o do seu namorado, era mencionado tantas vezes que deixava Guilherme agoniado.

- IVÃ! É isso! Ivã. – Foi até ela e deu-lhe um beijo na testa. Depois olhou para o relógio e apercebeu-se que estava muito perto da meia-noite. Foi até à sua mochila e tirou um saco de confetes que atirou a Camila. – Feliz ano novo! Que maneira criativa de começar o novo ano! Não achas! – Disse-lhe tirando as algemas à rapariga.

- O que acho é que és doente! – E deu-lhe um estalo antes de sair a tremer do quarto.

Quando amanheceu Guilherme não perdeu tempo em se deslocar até casa de Gustavo. Gustavo encontrava-se sozinho como sempre na sua casa desarrumada, tão desarrumada como a sua vida.
    
- Se não te tivesse cortado a língua e os dedos sabes onde estarias a esta hora?! Sabes meu grande filho da puta! – Guilherme estava completamente descontrolado e acabou por dar-lhe um murro na cara. – Ela não estava morta, a Lilia não estava morta. Tu disseste isso para a conseguires salvar. E agora eu estou a ficar tramado por causa disso, tenho de limpar a bela merda que fizeste! Mas eu vou conseguir, eu consigo sempre tudo o que quero e não és tu, a Lilia ou o seu namoradinho que me vão fazer frente. Hei-de acabar com vocês, mas tudo a seu tempo meu caro, tudo a seu tempo.

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Não perca o 2 episódio, na próxima terça-feira, para ler aqui no Fantastic e na página oficial do projeto, em www.facebook.com/pages/TOGI/277175702491216

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